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O cabelo de Lelê
Valéria Belém
Lelê não gosta do que vê.
De onde vem tantos cachinhos?
Pergunta sem saber o que fazer.
Joga pra lá, puxa pra cá.
Jeito não dá, jeito não tem.
-De onde vem tantos cachinhos?
A pergunta se mantém.
Toda pergunta exige resposta.
Em um livro vou procurar!
Pensa Lelê num canto a cismar.
Fuça aqui, fuça lá.
Mexe e remexe até encontrar o tal livro, muito sabido!que tudo aquilo pode explicar.
Depois do Atlântico, a África chama
e conta uma trama de sonhos e medos
de guerras e vidas e mortes no enredo.
Também de amor no enrolado cabelo.
Toda pergunta exige resposta.
Em um livro vou procurar!
Pensa Lelê num canto a cismar.
Fuça aqui, fuça lá.
Mexe e remexe até encontrar o tal livro, muito sabido!que tudo aquilo pode explicar.
Depois do Atlântico, a África chama
e conta uma trama de sonhos e medos
de guerras e vidas e mortes no enredo.
Também de amor no enrolado cabelo.
Puxado, armado, crescido, enfeitado,
torcido, virado, batido, rodado.
São tantos cabelos, tão lindos, tão belos!
Lelê gosta do que vê
Vai à vida, vai ao vento,
Brinca e solta o sentimento.
Descobre a beleza de ser como é
Herança trocada no ventre da raça do pai, do avó, de além-mar até…
O negro cabelo é pura magia,
Encanta o menino e a quem se avizinha.
Que gira e roda no fuso da Terra.
De tantos cabelos que são a memória.
Lelê já sabe que em cada cachinho
Existe um pedaço de sua história
Lelê ama o que vê! E você?
Lelê gosta do que vê
Vai à vida, vai ao vento,
Brinca e solta o sentimento.
Descobre a beleza de ser como é
Herança trocada no ventre da raça do pai, do avó, de além-mar até…
O negro cabelo é pura magia,
Encanta o menino e a quem se avizinha.
Que gira e roda no fuso da Terra.
De tantos cabelos que são a memória.
Lelê já sabe que em cada cachinho
Existe um pedaço de sua história
Lelê ama o que vê! E você?
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