Um dia desses, fui à sala da turma de 5 anos, para entregar um material para a professora. Na lousa, havia seis contas para a criançada copiar e resolver no caderno. Respirei fundo e, num exercício de autocontrole, fiz cara de paisagem e não falei nada na hora. Há alguns anos, talvez eu chamasse a docente para conversar no mesmo dia e tentaria explicitar por que esse tipo de atividade não é nem um pouco adequada.
Ela é novata na escola, mas é uma professora bem experiente, que sempre demonstrou interesse e comprometimento. Como a maior vivência dela é no Ensino Fundamental, no começo do ano, costumava procurar por mim e pelas colegas para trocar ideias sobre encaminhamentos interessantes para fazer a turma avançar.
De fato, eu não havia abordado a Matemática nas formações deste ano. No entanto, já havíamos refletido inúmeras vezes sobre a importância de elaborar atividades que fossem relacionadas às práticas sociais, ou seja, que tivessem um propósito para a criança. Vou explicar melhor onde quero chegar com isso. Sempre que discutimos um conteúdo, ele se torna passível de ser transferido para outras situações. Por exemplo, já tínhamos tematizado a importância das atividades de escrita terem um propósito. Como em geral os professores transferem tal conhecimento para outras áreas, era de se esperar que, também para trabalhar os conteúdos de Matemática, eles elaborassem situações que podem acontecer na vida real ou façam parte de um jogo, o que, por si só, já faz a criança aprender muitas coisas para poder brincar.
Isso não aconteceu. Por isso, planejei uma formação pontual para discutir um pouco a aprendizagem das crianças em Matemática. Digo que ela foi pontual porque o foco dos demais encontros com os professores era Natureza e Sociedade naquele momento.
A discussão foi centrada em jogos que utilizamos nos diferentes níveis para tratar de conteúdos de Matemática. Combinei com os educadores que, em uma das nossas reuniões, traríamos todos os que eram usados. Fiz uma lista (clique aqui para ver) para que cada um marcasse qual traria – isso assegurou a diversidade e evitou a repetição.
A proposta foi bem simples: cada professor relataria como introduziu tal jogo na sua turma. Aqueles que não eram conhecidos seriam jogados por todos. Depois desse momento, desenhei a seguinte tabela na lousa e, coletivamente, a preenchemos:
Jogo | ………………. | ………………. | ………………. |
---|---|---|---|
O que se pode aprender | ………………. | ………………. | ………………. |
O que a criança precisa saber para poder jogar | ………………. | ………………. | ………………. |
Essa atividade acabou sendo muito produtiva não só para a professora da turma de 5 anos, mas para as outras que ainda não tinham clareza sobre o quanto as crianças podem aprender com cada um dos jogos. Toda vez que elas jogam, precisam realizar vários procedimentos que envolvem contar, utilizar estratégias de cálculo e recitar a série numérica. Tudo isso sempre brincando, o que é muito importante!
E você, coordenadora ou coordenador, já precisou planejar uma formação pontual por conta da observação da prática?http://gestaoescolar.abril.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Estou feliz com sua visita! volte sempre