19 junho 2014

Estamos perdendo tempo nas reuniões pedagógicas?


Professores se reúnem para discutir planejamento pedagógico na EMEF Profª Hilda Weiss Trench, em Itapetininga (SP). Foto: Gabriela Portilho
Professores se reúnem para discutir planejamento pedagógico na EMEF Profª Hilda Weiss Trench, em Itapetininga (SP)
“As reuniões pedagógicas são perda de tempo”.  Já ouvi essa frase de muitos professores em várias escolas diferentes. Sempre me incomoda perceber que alguns docentes encaram o momento de discutir coletivamente as questões da escola como algo inútil ou perda de tempo, pois é justamente nesse momento que decisões pedagógicas importantes podem ser tomadas. É preciso retomar o papel desses encontros e sua importância para melhorar a prática docente e o trabalho com a equipe gestora.
Sem pretender fazer uma lista exaustiva, podemos dizer que a reunião de professores serve para:
- organizar demandas do cotidiano escolar.
- organizar intervenções interdisciplinares.
- discutir casos de alunos que demandam uma decisão coletiva.
- oportunidade de estudar em conjunto.
No entanto, por vários motivos, muitas reuniões acabam de fato sendo mal utilizadas. Talvez por falta de preparação e de clareza sobre os objetivos do encontro, a conversa acaba sendo improdutiva e nada é resolvido.
Além disso, há “indisciplina” por parte dos  próprios participantes, que se dispersam ou fazem outras coisas durante a reunião (preenchem diário, corrigem provas, conversam paralelamente, usam o celular)… Atitudes que só contribuem para piorar a situação.
Mesmo quando a reunião é bem preparada e conduzida, pode ficar centrada apenas nas questões organizacionais: discutir e informar cronograma, distribuir tarefas relativas a projetos ou aulas, dividir grupos de alunos para os mais variados fins… Demandas que toda escola tem e que precisam ser atendidas!
Porém, quando isso acontece, outros aspectos são deixados de lado, principalmente o estudo conjunto e a reflexão sobre a prática. Isso gera um círculo vicioso porque, se nós professores não vivenciamos reuniões formativas e reflexivas, acabamos nos acostumando com a ideia de que os momentos coletivos servem apenas para organizar tarefas (e, portanto, não servem para estudar…).
Na EJA, isso é especialmente complicado, pois há muita carência de materiais e propostas pedagógicas, o que eleva a importância do trabalho em equipe. Além disso, a singularidade das turmas é muito marcante, o que torna ainda mais importantes os momentos de compartilhar ideias e refletir coletivamente sobre a prática.
Uma das possibilidades é reservar logo no início do ano, durante o planejamento, algumas reuniões cujo foco seja de fato o estudo coletivo. Talvez assim seja possível garantir que esses momentos não sejam completamente tomados pelas demandas de organização.
No blog Coordenadoras em Ação, percebo que essa é uma preocupação constante: como usar o tempo sempre curto para melhorar a formação dos professores e tornar a prática docente mais autoral e profunda? A solução pode ser associar a prática com o aperfeiçoamento (veja um exemplo neste link).
Qual a sua opinião sobre isso? Você concorda que é preciso encontrar caminhos para que as reuniões pedagógicas sejam mais produtivas?
Fonte:Revista Nova Escola

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