Seu filho é inseguro? Ele pede sua opinião para tudo - da escolha das roupas às brincadeiras? Veja como ajudá-lo a ser mais independente
Texto Maria Flor Calil
Sua preocupação é pertinente, já que a criança provavelmente sofre quando tem de se posicionar. "Isso, porém, não significa que os pais devem simplesmente escolher pelo filho para aliviar seu sofrimento. É preciso que ele desenvolva a capacidade de tornar-se autônomo. O papel deles é apoiar, tranquilizar e orientar", pontua Ana Paula Magosso Cavaggioni, psicóloga da Clia Psicologia e Educação, em Santo André (SP). O primeiro passo para entender o que está por trás de um comportamento tão inseguro, segundo Rosimeire de Oliveira, psicóloga e mestre em neurociência e cognição, de São Paulo, é uma análise crítica dos próprios pais. Eles não toleram erros (deles mesmos ou da filho)? A escola é muito rígida e cobra alto desempenho? "As causas mais comuns para baixa autoestima nessa idade são comparações negativas com outras crianças, pais que não são afetuosos, bullying e supervalorização da aparência", aponta Rosimeire. A seguir, atitudes simples a ser adotadas pelos pais que podem ajudar a criança a desenvolver autonomia.
- Quando ele não conseguir escolher uma sobremesa, por exemplo, digam qual é a favorita de cada um e incentivem o pequeno a provar várias até descobrir a dele. É importante que ele saiba que as escolhas podem ser revistas e aprimoradas com o tempo.
- Se ele está em dúvida entre duas roupas, experimentem fazer uma análise leve: "Essa é mais alegre, essa é mais séria. Como você está se sentindo hoje?" Digam que os dois são lindos e que ele pode escolher um em um dia e o outro no seguinte. Assim, a criança percebe que a escolha é dela, mas que os pais ficarão igualmente felizes, independentemente de qual ela usar.
- "Que desenho faço agora?" Nesse caso, podem dizer que o mais importante é se divertir com a atividade. Tirar o peso da escolha de coisas simples do cotidiano aliviará a angústia.
- Peçam a ajuda da criança para as questões do dia a dia na casa, alegando que vocês estão em dúvida. Que tal pedir a opinião dela sobre onde pendurar um quadro ou colocar o vaso novo?
- Há decisões que podem ser tomadas apenas pelos adultos, como a hora de dormir e estudar. Elas não devem ser repassadas à criança, sob o risco de deixá-la mais insegura. O excesso de alternativas também deve ser evitado para que não se sinta confusa.
Para Ana Paula, o comportamento pode ser consequência de uma das fases do desenvolvimento, que, como as outras, passará. "Se a pulga atrás da orelha persistir e a indecisão estiver presente de forma intensa, causando sofrimento à criança, é necessário buscar ajuda e orientação de um psicólogo", pondera.
Fonte:Educar para crescer
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