06 fevereiro 2015

Diagnóstico do domínio da linguagem escrita


Objetivo 
Identificar o domínio de cada aluno em relação aos padrões da linguagem escrita.

Conteúdos específicos 
- Produção de texto. 
- Fábulas.

Anos
Do 3º ao 5º ano

Material necessário 
Folhas para escrever, lápis e borracha.
No caso de alunos com deficiência intelectual, providencie, também, uma prancha de comunicação.

Flexibilização
Para alunos com paralisia cerebral, mas com um nível razoável de compreensão, ofereça uma explicação individual a respeito da atividade que será realizada e marque no quadro todas as etapas da aula. A repetição é fundamental para o acompanhamento.

Ao invés de realizar o trabalho de reprodução da fábula individualmente, divida a turma em duplas, para que o aluno seja apoiado por um colega. Ambos devem discutir o enredo da fábula, mas o aluno sem deficiência servirá como escriba. Caso o aluno seja incapaz de falar com clareza, uma alternativa é utilizar uma prancha de comunicação - um cartaz com imagens e trechos da fábula para que o aluno com deficiência possa apontar (com as mãos ou pés) os elementos sobre os quais deseja contar algo.
Se necessário, estenda o tempo da atividade e oriente os familiares do aluno com deficiência para que releiam a história com ele em casa, antes da produção textual.

Desenvolvimento 
1ª etapa 
Converse com a turma sobre a atividade que você vai propor, explicando que ela será importante para o planejamento das próximas aulas e vai ajudar todos a escrever com mais segurança. A tarefa é reproduzir por escrito uma fábula (de conhecimento da turma) que será lida por você em sala. 

2ª etapa 
Depois da leitura, converse sobre o enredo para que as crianças se familiarizem ao máximo com a história. Você pode solicitar que contem a fábula oralmente para ter a certeza de que 
todos têm condições de reproduzi-la por escrito. Por fim, peça que os alunos a escrevam por conta própria. 

Flexibilização para deficiência intelectual 
Peça à família ou ao AEE que leiam mais vezes a fábula escolhida e que o aluno a reconte. Em classe, tenha uma conversa antecipada com ele para que possa perceber melhor o comportamento esperado. Proponha ao grupo um reconto oral em que cada um conte parte da fábula. Combine antes qual será lida por ele. A escrita da fábula pode ser feita em dupla, se ele não for alfabético. Nesse caso, o colega será o escriba. 

Avaliação 
O diagnóstico é feito ao analisar os textos de acordo com uma lista de problemas e dificuldades previamente estabelecida, que considere tanto padrões de escrita como características do gênero escolhido. No caso das fábulas, uma sugestão possível é a seguinte: 

Padrões de escrita 
- Apresenta muitas dificuldades para representar sílabas cuja estrutura seja diferente de consoante-vogal. 
- Apresenta erros por interferência da fala na escrita em fim de palavras. 
- Apresenta erros por interferência da fala na escrita no radical. 
- Troca letras ("c"/"ç", "c"/"qu", "r"/ "rr", "s"/"ss", "g"/"gu", "m"/"n") por desconhecer as regularidades contextuais do sistema ortográfico. 
- Troca letras ("c"/"ç"/"s"/"ss"/"x", "s"/"z", "x"/"ch", "g"/"j") por desconhecer as múltiplas representações do mesmo som. 
- Realiza trocas de consoantes surdas (produzidas sem vibração das cordas vocais, como "p" e "t") e sonoras (com vibração das cordas, como "b" e "d"). 
- Revela problemas na representação da nasalização ("ã"/"an"). 
- Não domina as regras básicas de concordância nominal e verbal da língua. 
- Não segmenta o texto em frases usando letras maiúsculas e ponto (final, interrogação, exclamação). 
- Não emprega a vírgula em frases. 
- Não segmenta o texto em parágrafos. 
- Não dispõe o texto (margens, parágrafos, títulos, cabeçalhos) de acordo com as convenções.

Flexibilização para deficiência intelectual 
Se o aluno ainda não dominar a escrita, explore bastante o reconto oral e a leitura das ilustrações. O reconto pode ser gravado em áudio e explorado junto com todo o grupo.

Características do gênero 
- Modifica o conflito principal da história. 
- Não evidencia a relação entre os personagens. 
- Não constrói o clímax. 
- Transforma o desfecho da história. 
- Não constrói o texto de modo a retomar ideias anteriores para dar unidade de sentido (coesão referencial). 
- Não usa marcadores temporais.

Assim que preencher a análise de todos os alunos, faça a tabulação dos dados. Se você tiver acesso a um computador e um software de edição de planilhas (do tipo Excel), esse trabalho poderá ser feito com mais rapidez. Consolide os dados e verifique quantas vezes os problemas listados aparecem no texto de cada criança. Em seguida, registre o total de vezes que esse problema aparece em todo o grupo. Com base nesse diagnóstico, liste os problemas principais que precisam ser trabalhados com toda a turma, tratando-os como conteúdos prioritários para o semestre.
Essa análise também vai permitir que você identifique dificuldades individuais dos alunos. Uma opção para tratá-las é planejar atividades em grupos, desde que eles reúnam alunos com diferentes níveis de conhecimento. Dessa forma, os estudantes mais avançados poderão interagir com aqueles que têm dificuldades para que possam se desenvolver juntos.
Tenha cuidado ao formar esses grupos. O nível de conhecimento dos alunos deve ser variado, porém, não muito. Caso contrário, corre-se o risco de o aluno com dificuldade não conseguir acompanhar o colega mais avançado. (Revista Nova Escola) 

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