30 junho 2015

SEQUÊNCIA DIDÁTICA PARA O 1º ANO: "LENDO FÁBULA"



Seqüência didática

1 - O que é
Sem que haja um produto, como nos projetos, as seqüências didáticas pressupõem um trabalho
pedagógico organizado em uma determinada seqüência, durante um determinado período estruturado pelo(a) professor(a), criando-se, assim, uma modalidade de aprendizagem mais orgânica. Os planos de aula, em geral, seguem essa organização didática.
A seqüência didática permite, por exemplo, que se leiam textos relacionados a um mesmo tema, de um mesmo autor, de um mesmo gênero; ou ainda que se escolha uma brincadeira e se aprenda sua origem e como se brinca; ou também que se organizem atividades de arte para conhecer mais as várias expressões artísticas, como o teatro, a pintura, a música, etc; ou que se estudem conteúdos das várias áreas do conhecimento do ensino fundamental, de forma interdisciplinar.


2 - Sugestões


Lendo Fábula


Objetivo:trabalhar com as estratégias de leitura, no sentido de a criança ir tomando consciência de que o processo de ler prevê seleção, antecipação, inferência e verificação de aspectos do texto que se lê.


O urso e as abelhas
Um urso topou com uma árvore caída que servia de depósito de mel para um enxame de abelhas. Começou a farejar o tronco quando uma das abelhas do enxame voltou do campo de trevos.
Adivinhando o que ele queria, deu uma picada daquelas no urso e depois desapareceu no buraco do tronco. O urso ficou louco de raiva e se pôs a arranhar o tronco com as garras na esperança de destruir o ninho. A única coisa que conseguiu foi fazer o enxame inteiro sair atrás dele. O urso fugiu a toda a velocidade e só se salvou porque mergulhou de cabeça num lago.
Moral da história: Mais vale suportar um só ferimento em silêncio que perder o controle e acabar todo machucado.

(Fábulas de Esopo/compilação: Russel Ash e Berbard Higton; tradução Heloísa Jahn. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1994)



Desenvolvimento do trabalho
Os três momentos de trabalho, a seguir, representam um modo de ler diferente, por exemplo,
do que foi proposto na atividade permanente. Agora se trata de fazer uma espécie de “modelagem” das estratégias que um leitor proficiente faz para compreender o que lê.
Um bom começo é acomodar as crianças de forma que se sintam confortáveis para a leitura.



Momento A - Antes da leitura
Atividades cujo objetivo é trazer o repertório do leitor (seus conhecimentos prévios) para a compreensão textual, discutindo os elementos contextualizadores do texto: autor, portador, título, sumário, capas, assunto/tema, ilustrações:
1 – Mostre a capa e quarta-capa do livro em que está publicada a fábula, discutindo suas ilustrações (ou então use outro livro de fábulas, em que há essa fábula, mesmo em outra versão, ou outra fábula ainda...). Mostre também as ilustrações internas. Provavelmente, as crianças já conseguirão relacioná-las a histórias de seu repertório. Pergunte, a partir dessas primeiras indicações, se sabem o que se vai ler, nesse momento.
2 – Quando ler o título do livro, “Fábulas de Esopo”, é bem possível que muitas crianças explicitem que conhecem fábulas sim. Peça, então, que algumas contem algumas histórias que conheçam. Não há problema se forem contos de fadas ou outras histórias tradicionais e não,exatamente, fábulas. Essa é apenas uma boa oportunidade de os leitores se aproximarem
do gênero textual “fábula” – afinal, a classificação dos gêneros textuais também não é tão tranqüila, mesmo entre os especialistas.
3 – Em relação ao autor, conte às crianças quem foi Esopo: um escravo que teria vivido na Grécia, no século V a.C., considerado o maior divulgador de fábulas. No entanto, não se sabe nem se ele realmente existiu. Pode ser que algumas crianças se lembrem de Monteiro Lobato, que também escreveu suas versões de algumas fábulas. Incentive-as para que falem a respeito.
4 – Em seguida, leia os títulos de algumas fábulas presentes no livro, perguntando se as crianças
conhecem algumas delas. Seria interessante ouvir algumas dessas histórias contadas pelas crianças. Se esse momento, em que se explicitam os conhecimentos dos estudantes, for rico em
discussão, as crianças possivelmente estarão mais motivadas, inclusive, para prosseguirem com a leitura. Se você registrar as reflexões feitas, em forma de cartaz, por exemplo, poderão, no momento C, discutir as hipóteses levantadas, o que é fundamental para o processo de leitura: fazer antecipações iniciais que se vão ou não confirmando ao longo da leitura.



Momento B – durante a leitura 
Atividades cuja finalidade é apresentar alguns objetivos orientadores do ato de ler, por meio de um levantamento de aspectos que auxiliem a construção dos sentidos do texto: o tema, o gênero textual em suas funções e características, os recursos expressivos utilizados pelo autor. Dessa forma, você estabelece com os estudantes alguns objetivos para antecipar aspectos importantes do texto, por meio de um mapa textual que ajude os leitores na compreensãoglobal do que vão ler.

1 – Antes de realizar a leitura da fábula, em voz alta, para as crianças, peça que prestem atenção:
- em quem participa da história e como agem;
- nos três momentos da narrativa;
- no ensinamento presente na fábula.
2 – Leia, expressivamente, a história.



Momento C – depois da leituraAtividades cujos objetivos são ampliar as referências culturais dos leitores, especialmente os conteúdos das várias áreas do conhecimento implicadas no texto, refletindo sobre seus aspectos polêmicos e, ainda, discutir as perspectivas do narrador e do leitor. É também momento de ensinar o estudante a fazer paráfrases (orais ou escritas) do que leu e produzir textos em outras linguagens (desenho, pintura, dramatização, etc.);
1 – Discuta as hipóteses das crianças levantadas no momento A: confirmaram-se? Totalmente? Parcialmente? Não se confirmaram? Por quê? Veja que não é reduzir ao “acertou ou errou”, mas valorizar os conhecimentos dos leitores.
2 – Converse com as crianças sobre as personagens da história: urso e abelhas. Pergunte se sabem qual é uma das comidas prediletas dos ursos, para que percebam que esse é o motivo inicial da discórdia entre o urso e a abelha que o picou primeiro. Aproveite para retomar o título da fábula, o qual confirma o tema da história. Se as crianças se lembrarem de outras fábulas, vão perceber que, em geral, muitas delas têm como título o nome dos animais que são personagens: “A lebre e a tartaruga”, “O leão e o rato”, “O burro e o cão”, “O galo e a raposa”, etc.
3 – Discuta como a abelha agiu para defender sua moradia e como o urso agiu sob o comando
da raiva. Problematize a questão, falando também sobre os comportamentos humanos em determinadas situações. As crianças conhecem algum filme em que essas situações também são apresentadas. Como foi isso? Essa discussão vai deixando claro para os estudantes uma das características da fábula como gênero textual.
4 – Converse sobre os três momentos da história: a ação do urso procurando mel; a picada da abelha e a reação do urso; o ataque maciço das abelhas. Sabemos que o enredo de uma narrativa ficcional tradicional articula-se em torno de uma situação inicial, uma complicação/ desequilíbrio e um desfecho. Evidentemente que essa nomenclatura não precisa ser explicitada para as crianças, mas provavelmente, ao conhecer mais essas narrativas, eles irão se apropriando da concepção de que esses elementos fazem parte do gênero textual.
5 – Faça com as crianças, oralmente, alguns exercícios de substituição de certas palavras ou expressões do texto, para que percebam certos recursos lingüísticos usados pelo autor:
a) “O urso começou a farejar o tronco”. Que outra palavra poderia ser usada? Cheirar? Qual a diferença entre “cheirar” e “farejar”? Parece que “farejar” é mais próprio de bicho, de animal.
b) “A abelha deu uma picada daquelas no urso”. Como seria outra forma de dizer isso? A abelha deu uma enorme picada no urso? A abelha deu uma picada muito grande no urso? outras possibilidades?
c) “O urso ficou louco de raiva”. Como as crianças diriam isso, com outras palavras? O urso ficou muito bravo mesmo? O urso ficou com muita raiva? Outras possibilidades?
6 – Proponha uma questão para as crianças: se houvesse um diálogo na fábula entre o urso e
a abelha, como poderia ser ele? Essa é uma boa oportunidade de discutir as formas de diálogo das narrativas e, se quiser, até mesmo a diferença entre um diálogo oral e um escrito.
7 – Faça uma lista de títulos de fábulas que as crianças conhecem, salientando quem são os personagens e que comportamentos humanos representam. Sabemos que a fábula é umanarrativa curta, que faz uma crítica a certos comportamentos humanos por meio de personagens que são animais. Nela há sempre uma moral, que pode vir explícita no texto ou não.
8 – Leia de novo a moral da fábula “O urso e as abelhas” e peça que as crianças comentem:concordam com ela? Por quê? Discordam? Por quê? Já viveram alguma situação parecida? Conhecem alguém que viveu? Como foi?

Faça uma lista de provérbios que os estudantes conhecem, explicando que os provérbios são frases prontas que vieram das fábulas e acabaram por ficar independentes das histórias.
9 – Peça que as crianças façam paráfrases orais da fábula. Lembre-se de que esse momento é
para recontar com as próprias palavras, sem fugir do texto. Um leitor pode ajudar o outro.
10 – Peça que as crianças imitem a cena em que o urso corre para o lago, com as abelhas atacando-o. A expressão corporal é uma importante linguagem humana, especialmente na infância. Aproveitem o momento para se divertir com as diferentes maneiras por meio das quais as crianças representam o urso em seu desespero para se safar do ataque das abelhas.
11 – Solicite, depois, que os estudantes desenhem esse mesmo momento. É enriquecedor que as crianças possam se expressar a partir de várias e diferentes linguagens. Em seguida, se tiver a edição indicada, mostre a ilustração da fábula que há no livro em que há exatamente esse episódio. Conversem a respeito, especialmente sobre as diferentes possibilidades de ilustrar uma mesma cena.
12 – Organize com as crianças uma maquete da floresta onde teria acontecido a história do urso e das abelhas. Solicite que, primeiramente, as crianças falem a respeito. Depois, anote aspectos que devem ser considerados numa descrição mais minuciosa desse espaço. Não se esquecer de que a “floresta” nas histórias tradicionais, que tanto encanta as crianças, tem toda uma magia que aflora nossa imaginação, nossas sensações e até mesmo nossos medos. Assim, a maquete poderia contemplar, de alguma forma, as representações sobre esse espaço tão especial.

* fonte: Ensino Fundamental de Nove Anos - Orientações para a inclusão da criança de seis anos de idade (MEC)

29 junho 2015

IMPORTÂNCIA DO SABER CONTAR HISTÓRIAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL


 Ler histórias para crianças é poder sorrir, rir, gargalhar com as situações vividas pelas personagens, é suscitar o imaginário, é ter curiosidade respondida em relação a tantas perguntas, é encontrar idéias para solucionar questões. É uma possibilidades de descobrir o mundo imenso dos conflitos, dos impasses, das soluções que todos vivemos e atravessamos. É ouvindo histórias que se pode sentir emoções importantes como a tristeza, o pavor, a insegurança, a tranqüilidade e tantas outras mais. “É através duma história que se podem descobrir outros lugares, outros tempos, outros jeitos de agir e de ser, outra ética, outra ótica...É ficar sabendo História, Geografia, Filosofia, Política, Sociologia, sem precisar saber o nome disso tudo e muito menos achar que tem cara de aula...”.( ABRAMOVICH, 1995, p. 17).
 A leitura é uma forma exemplar de aprendizagem, é um dos meios mais eficazes de desenvolvimento sistemático da linguagem e da personalidade. Favorece a remoção de barreiras educacionais, principalmente através da promoção do desenvolvimento da linguagem e do exercício intelectual, aumentando a possibilidade de normalização da situação pessoal de um indivíduo.
 A exposição à leitura da histórias no seio familiar durante os anos pré-escolares, leva muitas crianças ao sucesso escolar. As crianças que vivem num ambiente letrado desenvolvem um interesse lúdico com respeito às atividades de leitura e escrita, praticadas pelos adultos que a rodeiam. Esse interesse varia de acordo com a qualidade, freqüência e valor destas atividades realizadas pelos adultos que convivem com as crianças. Se uma mãe ler para seu filho textos interessantes e com boa qualidade, nota-se que estará transmitindo a ele informações variadas sobre a língua escrita e sobre o mundo. Isso é de suma importância para a criança, pois irá levá-la a interessar-se cada vez mais pela leitura das histórias ouvidas. Ao adentrar no mundo escolar, a leitura não mais se realizará como na família, devendo sofrer modificações que são vitais para o desenvolvimento da aprendizagem. Para poder transmitir à criança uma visão clara do que se está lendo, o professor deverá ter algumas atitudes, tais como:
· Visualizar o livro para a criança, através da exposição das gravuras;
 · Ler de forma liberal, porém clara e agradável, atraindo a atenção da criança;
 · Manter-se aberto para as perguntas das crianças, incentivando a troca de comentários sobre o texto lido.

 O QUE DEVEMOS LER PARA AS CRIANÇAS
 Nas transformações da leitura de histórias em atividades pedagógicas, a nossa preocupação maior é com a qualidade da leitura que iremos realizar para as crianças. Assim, a escolha dos livros deve ter alguns princípios básicos que possam garantir a eficiência do trabalho pedagógico, ou seja: a) qualidade de criação; b) estrutura da narrativa; c) adequação às convenções do português escrito; d) despertar o interesse da criança; e) simplicidade do texto; Isso nos garantirá, além de oportunizar o contato da criança com o uso real da escrita, levar a mesma a conhecer novas palavras, discutir valores como o amor e o trabalho, levá-los a usar a imaginação, tornando-os criativos e capazes de pensar. A leitura deve se transformar em atividade de rotina, pois o escutar histórias desenvolve naturalmente um interesse cada vez maior em aprender determinadas histórias e reproduzi-las oralmente. O professor deve procurar assegurar às crianças o acesso aos livros, agindo como elemento facilitador e incentivador da criança pela leitura à medida que não se comporta como leitor e sim como expectador das leituras que são reproduzidas pelas crianças. 

POR QUE CONTAR HISTÓRIAS ? Contar histórias é a mais antigas das artes. Nos velhos tempos, o povo assentava ao redor do fogo para esquentar, alegrar, conversar, contar casos. Pessoas que vinham de longe de suas Pátrias contavam e repetiam histórias para guardar suas tradições e sua língua. As histórias se incorporam à nossa cultura. Ganharam as nossas casas através da doce voz materna, das velhas babás, dos livros coloridos, para encantamento da criançada. E os pedagogos, sempre à procura de técnicas e processos adequados à educação das crianças, descobriram esta “mina de ouro” as histórias. Parte importante na vida da criança desde a mais tenra idade, a literatura constitui alimento precioso para sua alma. É conhecendo a criança e o mistério delicioso do seu mundo que podemos avaliar todo o valor da literatura em sua formação. As crianças tem um mundo próprio, todo seu, povoado de sonhos e fantasias. A história é contada visando: · deleitar a criança; · infundir o amor à beleza; · desenvolver sua imaginação; · desenvolver o poder da observação; · ampliar as experiências; · desenvolver o gosto artístico; · estabelecer uma ligação interna entre o mundo da fantasia e o da realidade; No sentido da língua, particularmente, as histórias: · enriquecem a experiência; · desenvolvem a capacidade de dar seqüência lógica aos fatos; · dão o sentido da ordem; · esclarecem o pensamento; · educam a atenção; · desenvolve o gosto literário; · fixam e ampliam o vocabulário; · estimulam o interesse pela leitura; · desenvolvem a linguagem oral e escrita; As histórias são fontes maravilhosas de experiências. São meios preciosos de ampliar o horizonte da criança e aumentar sue conhecimento em relação ao mundo que a cerca. Mas é precioso saber usar as histórias para que dela as se alcance retirar tudo o que podem dar à educação. Um dos principais elementos a ser alcançado é o poder de imaginação que, tirando a criança do seu ambiente, lhe permite ao espírito “trabalhar” a imaginação. As histórias têm como valor específico o desenvolvimento das idéias, e cada vez que elas são contadas acrescentam às crianças novos conhecimentos. “ O ouvir histórias pode estimular o desenhar, o musicar, o sair, o ficar, o pensar, o teatrar, o imagiar, o brincar, o ver o livro, o escrever, o querer ouvir de novo ( a mesma história ou outra). Afinal, tudo pode nascer dum texto!” (ABRAMOVICH, 1995, p. 23)

 COMO CONTAR HISTÓRIAS?
 Uma história deve ser contada emocionalmente e não simplesmente apresentada em seu enredo. Uma boa história é uma obra aberta, que permite muitas leituras, muitos caminhos, muitas saídas. Contar uma história é fazer a criança sentir-se identificada com os personagens. É trazer todo o enredo à presença do ouvinte e fazer com que ele se incorpore à trama da história, como parte dela. As crianças agem, pensam, sentem, sofrem, alegram-se como se fossem elas próprias os personagens. A história assim vividas pode provocar-lhes sentimentos novos e aperfeiçoar outros. Por isso as histórias não devem ser deprimentes. O final deve ser feliz, para transmitir aos ouvintes uma emoção sadia. O principal na arte de contar histórias é saber despertar a emoção.Quando as crianças nos pedem que lhes contemos histórias é porque sentem necessidade de sair de si mesma, de experimentarem uma nova sensação. Para se contar bem uma história é preciso possuir habilidade, treino e conhecimento técnico do trabalho, pois os valores artísticos, lingüístico e educativos dependem da arte do narrador. Os segredos de um contador de histórias são: a) Curta a história – o bom contador acredita na sua história, se envolve e vibra com ela. Se o professor não estiver interessado, dificilmente conseguirá interessar as crianças.
 b) Evite adaptações – deve-se ler o que está escrito no livro. Não privar os alunos do contato com o texto literário. Os velhos contos de fadas são histórias cheias de fantasias e de poesia. Lidam com sentimentos fundamentais do ser humano: o medo, a angústia, o ódio, o amor. Permitem à criança exercitar através da imaginação, soluções para problemas concretos da vida, que interessam ao adulto.
c) Não explique demais – a adaptação de histórias é uma descaracterização da história na vida da criança. Muitas vezes, a história exerce a função de desenvolver ou até prolongar o mistério. Ao fazer a tradução ou adaptação, o professor deixa tudo muito bem esclarecido, não restando qualquer mistério. Ao ser encerrada, a história realmente se encerra, deixando de existir para a criança.
d) Uma história é um ponto de encontro – ao entrar numa roda de história, a criança participa de uma experiência comum que facilita o conhecimento e as ligações com as crianças.
 e) Uma história também é um ponto de partida – a partir de uma história é possível desenvolver outras atividades: desenho, massa, cerâmica, teatro ou o que a imaginação sugerir.
 f) Moral da história – nenhuma, ou melhor, várias. Essa história sobre os segredos das histórias e os contadores de histórias é só o começo, o resto quem conta somos nós, com a experiência, imaginação e bom senso.
g) Comentar a história – fazer perguntas diretas para a criança, verificando se ela figurou bem cada um dos caracteres, se os moldou de acordo consigo mesma, se o caráter que nos apresenta é o que pretendíamos transmitir.
h) Dar modalidades e possibilidades da voz – sussurrar quando a personagem fala baixinho ou está pensando em algo importante, falar tão baixo de modo quase inaudível, nos momentos de dúvidas,e usar humoradamente as onomatopéias, os ruídos, os espantos, levantar a voz quando uma algazarra está acontecendo.
Ë fundamental dar longas pausas quando se introduz o “Então...”, para que haja tempo de cada um imaginar as muitas coisas que estão para acontecer em seguida. As histórias são expressões de uma mesma personalidade em evolução, do princípio do prazer da realidade. Podem mostrar à criança que a transformação, a mudança e o desenvolvimento são possíveis. Que o prazer não é proibido. Contar histórias é uma arte. Deve dar prazer a quem conta e ao ouvinte. As histórias têm finalidade em si. Contadas ou lidas constituem sempre uma fonte de alegria e encantamento. Por isso as atividades de enriquecimento devem ser leves e espontâneas.
 A dramatização é uma das melhores atividades de enriquecimento, pois além de ser uma das preferidas pelas crianças, oferece valores imprescindíveis ao desenvolvimento de um bom programa de literatura. O objetivo da hora das histórias é a familiarização com a literatura. Desde muito cedo, a criança gosta de ouvir a história da sua vida, a mais importante para ela. À medida que cresce, começa a solicitar determinadas passagens que deseja ouvir. Histórias sobre fatos reais são importantes, porque ajudam a criança a entender sua origem e que tipo de relações existe entre ela, as pessoas e os lugares. Da mesma forma, as histórias inventadas são importantes. Desde cedo a criança precisa saber de coisas que não fazem parte de sua experiência cotidiana. É comum ela ter um amigo imaginário ou atribuir qualidades humanas e sobrenaturais a um brinquedo ou a um animal. As histórias lidas somam-se então às inventadas, passando a fazer parte de um mundo onde a realidade e a imaginação se completam. Os livros aumentam o prazer de imaginar coisas. A partir de histórias simples, a criança começa a reconhecer e interpretar sua experiência de vida real. A hora de curtir um livro juntos é a hora de partilhar: um livro de histórias curtas, contadas com palavras fáceis de ler e entender, ilustrado com imagens que falam da história, das personagens e ações que estão sendo ;lidas e mostradas, que faça pensar em coisas novas, que informe, que faça rir de verdade, que seja engraçado, que faça brincar com as mãos, olhos e ouvidos. O importante é que nessa hora não haja pressa, contando ou lendo tudo de uma só vez. É preciso respeitar as pausa, perguntas e comentários naturais que a história possa despertar, tanto em quem lê quanto em quem ouve.

 CONCLUSÃO
 Criança interessadas em estudar, este é objetivo primordial de todos os pais. Porém, não sabem eles que é a parir de um conto de histórias que estão estimulando seus filhos a apreciar os estudos com olhos de interesse e não de sofrimento. É no contar uma história que estimulará seus filhos a fantasiar, e trazer de alguma forma esta história para sua realidade. Esta busca da literatura se faz em grandes livros infantis, escritos por grandes autores que trazem lindas histórias com grandes morais e final. Mas não se faz uma grande fantasia se não soubermos passar isto a criança. Este foi o grande objetivos do trabalho, tentar de alguma forma ensinar educadores a contar histórias, que ao meu ver não é nada fácil. Sabendo o que ler, como ler, e entender sua importância é a grande base da literatura. Estimulando as crianças a imaginar, criar, envolver-se já é um grande passo para sua carreira. A literatura na infância é o meio mais eficiente de enriquecimento e desenvolvimento da personalidade: é um passaporte para vida e para a sociedade. É na infância que se adquire o gosto de ler, por isso que é de suma importância o conto, pois o fantasiar antecede a leitura.